terça-feira, 19 de agosto de 2014

Limites do cotidiano e do absurdo I

Com essa frase, tenho impressão que estamos num bar, num planeta longínquo, abandonado ou esquecido, quase intocável... num lugar tão remoto que para alcançar é preciso abandonar tudo e se desapegar de si mesmo. Fica um sentimento de ter ultrapassado barreiras inimagináveis e quando aqui se encontra, se está entregue ao desconhecido, separado de tudo, além do movimento de toda vida. Sentado à mesa, copos e companhia ao seu lado, talvez, mas para além disso, parece vazio e flutuante... A solidão se isola...

Este local remoto, nos confins do espaço, é difícil encontrar, mas cativa os que aí chegam. Pois no limite da solidão e da tristeza que aqui encontramos, o coração que parece caminhar perdido se encontra exposto, sem onde se apoiar ou se agarrar. Tudo que você tinha, o que pensava e o que carregava consigo. A sua história e a sua memória. Nada disso, nada tem valor sem onde se ligar, se estiver perdido no espaço. Ilusões e mentiras perdem existência.

O que resta, então?

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Faz tempo que eu não escrevo. Faz tempo que eu não libero tudo que tá dentro de mim em um pedaço de papel ou em um "bloco eletrônico". Não é que eu não queira escrever, sinto falta, mas sabe quando tu não sabe o que escrever ou quando parece que tu tens a sensação de que já escreveu tudo que podia escrever? Pois é, ando assim.
Eu ando, ultimamente, numa melancolia chata, com a impressão de que tudo que eu faço dá errado. Pra muitos isso não se parece nada comigo. Bueno, eu sou assim em parte. Mas já tá me cansando. Eu já to me cansando de ter que pedir desculpas sempre por toda estupidez que faço. Comecei até a questionar minha sanidade e também como alguém pode me aguentar nas minhas atuais condições.
Pode ser que o que me falte seja sentar num bar e beber, beber muito e conversar sobre bobagens, filosofar, jogar uma sinuca, rir de qualquer coisa. Enfim, sair da rotina a qual eu me entrego sempre.
E pra não dizer que não falei das flores...Lá vai uma novidade, última cerveja que tomei:




Essa é uma Brooklyn East India Pale Ale!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

20 de setembro

"Há muito tempo que ando
nas ruas de um Porto não muito Alegre
e que no entanto, me traz encanto
e o por-do-sol me traduz em versos..."

Bueno, semana que vem é a Semana Farroupilha. Vocês, que não são gaúchos, hão de me perguntar: "O que diabos é isso Cal?" Vos digo o que é isso:

A Semana Farroupilha é comemorada na semana do dia 20 de setembro. Por que? Porque remonta lá da Guerra dos Farrapos. Isso vocês sabem o que é né? Bueno, a paz de Poncho Verde [que deu "fim" a guerra] foi assinada mais ou menos por esse dia...Mas então...não foi desde 1845 que comemoramos a Revolução Farroupilha. Na verdade o mito do gaúcho foi criado um pouco mais tarde e foi sendo construído com agregação de outros símbolos que nos permeiam aqui no sul. Mas eu não to aqui pra desconstruir o mito nem pra exaltar.
Sou gaúcha de coração, alma, nascimento e o que mais poder existir. Amo meu chão, minha terra e como alguns outros comparsas ousam dizer: "minha pátria". Sim, temos toda uma visão separatista, mas não nos levem à mal. [acho que errei essa crase]. Todos gaúchos respeitam os outros estados, por mais que façamos piadas, esse é o nosso jeito.
Gostaria de desejar a todos os Gaúchos em todo canto desse mundão, um Feliz 20 de Setembro e vamos tomar uns mates pra comemorar!!!!

Humans

Nós, humanos, somos tão impotentes sobre o que chamamos de nossas criações. Nós não criamos nada, nós tentamos manipular o que já existe, imaginando-nos assim com a capacidade de criar. E mesmo o que pela nossa imaginação nós criamos não está sob nosso controle e nunca esteve.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Faça o sacrifício de um pai valer algo mais

Estava eu na rodoviária da cidade onde moro. Cidade pequena. Era noite, fazia pouco frio, as poucas pessoas que estavam no local estavam quietas em seus cantos, até que os esperados ônibus chegassem. Era o último horário do domingo. Algumas pessoas sentadas guardavam seus lugares com a bolsa, outras se mantinham em pé na fila, outras guardavam o lugar e se encostavam a uma parede, meu caso.

Esse ambiente, apesar da espera e da alta probabilidade de se esperar mais, costuma ser agradável pra mim: noite, calma, vento, frio, pessoas em paz, um ambiente aberto, pouco elevado.

Marco meu lugar na fila e depois observo um homem em pé, na suposta fila, com uma mochila no ombro. No momento tive a impressão de um pai mantendo lugar pro filho. Bem no fundo meu inconsciente provavelmente lembrou-se dos sacrifícios que sei que meus pais fizeram por mim. O curioso desta situação é que este homem estava um pouco mais pra trás nesta fila, deixando um espaço vazio. Então penso em trocar meu lugar que era de direito do tal homem. Refletindo sobre esta decisão penso, motivando-me: faça o sacrifício de um pai valer algo mais.

Apesar de agora tudo parecer muita imaginação e criatividade de minha parte, no final desta cena nada fiz, o ônibus passou e todos nós ficamos para trás. Era final de feriado, os ônibus geralmente ficam lotados e algumas pessoas não conseguem uma vaga. Era dia das mães, e eu visualizei esforços de um pai.